Ontem à noite, não só foi a palestra inaugural do Clube Farroupilha, mas também foi o encontro (podemos chamar de choque?) inicial desse novo grupo com a comunidade santamariense.
Foi um tiro no escuro. Há nove dias quando o Clube fechou os últimos detalhes para a realização da palestra, e começou-se a divulgação, não fazíamos ideia da tamanha receptividade positiva que receberíamos de nossa sociedade. De fato, o surgimento do Clube Farroupilha pode ser interpretado como uma atividade catalisadora, que desencadeou um processo em que muitos indivíduos que se identificam com nossos valores, pudessem pela primeira vez em anos, voltar a se encontrar em Santa Maria.
Com o auditório praticamente lotado, às 20h foram abertos os trabalhos, com a explanação inicial do Professor Domingos Branda, arrazoando e explicitando, de forma breve e analítica, a formação da filosofia liberal desde Aristóteles, até os dias atuais, passando pelos ramos da economia e filosofia política.
A explanação do Professor Dr. Anderson Denardin abordou a deficiência da tímida liberalização feita pelo Brasil na década de 90, e como ela tem se relacionado com a má gestão atual, discutindo uma potencial realidade dura que possamos ter que enfrentar dentro de alguns meses.
Se houve algum pessimismo quanto ao cenário atual da macroeconomia brasileira, o otimismo que se arraigou a partir do surgimento do Clube, sem dúvidas, prevaleceu sobre o evento. O fechamento foi feito com perguntas da audiência à mesa, discutindo pontos mais específicos ligados à situação atual, principalmente no que se relaciona a formação de cartéis como resultado da atividade estatal reguladora, o mito da soma zero, e a razão da péssima qualidade do transporte público municipal.
O futuro ainda nos reserva o melhor. A palestra de final do ano Clube Farroupilha, marcada para tomar tempo no início de Dezembro, abordará os presentes temas em outros âmbitos, como resultado de uma demanda natural de nosso “livre mercado de ideias”.
Se ao começo da palestra reservei alguns segundos para dizer quem somos nós, acredito que não mais preciso. Agora, é aguardar.