Na psicologia, a síndrome de Peter Pan é caracterizada quando o indivíduo não consegue fazer a travessia para a vida adulta e se recusa a enfrentar os deveres inerentes à maioridade. Na política brasileira, essa síndrome tem nome: Manuela D’Avila.
Tal como o adulto que se esquiva das responsabilidades da vida adulta, Manuela D’avila não assume a responsabilidade pelos crimes contra a humanidade cometidos por regimes comunistas. Aliás, foge de quaisquer perguntas sobre o tema, tal qual o diabo foge da Cruz.
Perguntada no Roda-Viva sobre os crimes de Stalin e Mao-Tsé-Tung, respondeu que na época o mundo passava por um “ciclo histórico de mortes e guerra”. Seguindo a lógica de Manuela, Hitler também não poderia ser julgado, pois foi contemporâneo de Stalin: afinal não estaria ele passando pelo mesmo ciclo? Seguindo seu “raciocínio” – se é que podemos chamá-lo assim – chegamos à ditadura militar brasileira, a qual veio um pouco depois na história; não poderia ela também ser absolvida por essa prerrogativa? Óbvio que não, afinal a lógica da candidata só serve para os eleitos da esquerda.
O leitor incauto (ou mal-intencionado) pode dizer que estou tentando defender os crimes de Hitler e da ditadura militar brasileira. Porém, essa jamais foi a intenção do texto; aqui simplesmente extrapolei a lógica de Manuela para outros personagens históricos. Afinal, a partir do momento em que você absolve alguém que matou 45 milhões de pessoas de FOME em nome de um suposto ciclo histórico™ que o mundo estava vivendo, não tem porque não absolver também outras pessoas que viverem nesse período. Soa absurdo alguém sequer cogitar absolver Hitler, não é? Pois então, por que devemos aceitar os argumentos de Manuela em relação aos regimes totalitários de Stalin e Mao-Tsé-Tung?
Na sequência, ao ser interrogada sobre a situação que a Venezuela vive, ela também se recusou a dar seu veredito: disse que o presidente do Brasil “tem que parar de ir no Twitter dar opinião sobre outras nações”. De fato, o presidente de um país não pode sair por aí dizendo a sua opinião aos 4 ventos sem filtro nenhum. Mas Manuela esqueceu-se de algo: ela não é a presidente do país ainda. Ela, e todos os demais candidatos, podem (e devem) dar sua opinião sobre esses assuntos. Os eleitores querem saber: é esse modelo de país que tu queres para o Brasil, candidato? Ou, não é? Ou seria, mas só até certo ponto? No caso da Manuela D’Avila, nós não sabemos porque a candidata simplesmente se negou a responder.
Ao invés de enfrentar as adversidades do mundo real, a candidata preferiu o aconchego do seu mundo mágico onde o socialismo é um grande Jardim do Éden e as pessoas vivem felizes sob a tutela de um grande líder benevolente (que seria ela).