O fim da função de cobrador de ônibus foi sugerido pela Associação dos Transportadores Urbanos (ATU) após o pedido de revisão da planilha de custos do transporte público. Conforme Edmilson Gabardo, sem os 350 profissionais que atuam na profissão de cobrador de ônibus, a passagem poderia ser reduzida entre 10 a 12%, em torno de 40 centavos. A proposta, entretanto, não foi aceita pela categoria do sindicato, que diz que vai lutar contra o fim da função de cobrador, com o argumento de que 350 pessoas ficarão desempregadas.
Ao longo da história foi recorrente passarmos por momentos em que o processo de inovação foi responsável por tornar diversos trabalhos obsoletos que, como consequência natural, abriu espaço para a criação de novas categorias de emprego. Ao estudar sobre isso, o economista Joseph Schumpeter cunhou o termo “criação destrutiva” para descrever o fenômeno analisado, concluindo que através da substituição de empregos pouco produtivos por funções novas e condizentes com o progresso tecnológico, era possível alcançar um substancial crescimento econômico. Podemos citar como exemplo as linhas de montagens em fábricas, ou até mesmo a luz elétrica, que destruiu empregos no setor da vela. A mudança nos padrões de trabalho é essencial para o progresso, caso contrário estaremos fadados a estagnação econômica.
A ideia de que toda a extinção de um emprego vai gerar malefícios para a sociedade vem da crença de economistas, políticos, colunistas, entre outros, que acreditam que o crescimento econômico é decorrência da criação de empregos. Se isso fosse verdade deveríamos extinguir tratores, carros, internet e demais ferramentas que tornam o trabalho mais eficiente, porque, após isso, a demanda por mão de obra humana se tornaria muito maior e, mesmo assim, a sociedade se tornaria mais pobre.
Analisando a história da riqueza das nações, percebe-se que o real responsável pelo desenvolvimento econômico é o aumento da produtividade, que de muitas formas se relaciona com a substituição do trabalho humano pela máquina. O avanço tecnológico torna possível produzir mais em menos tempo, que consequentemente torna o trabalhador mais eficiente, gerando melhorias nas condições de trabalho como um todo.
O custo menor da passagem de ônibus fará com que essa diferença de dinheiro seja transferida para outras áreas, como mercados, lojas de roupas, ou para a poupança de cada um. Ou seja, no final das contas, o passageiro vai ter o mesmo serviço de locomoção e um dinheiro extra para gastar em outro local. Calculando individualmente pode parecer pouco, mas se considerarmos todas as pessoas que utilizam o transporte público em Santa Maria, isso faz muita diferença no longo prazo e possibilita, inclusive, a criação de novos empregos.
Não podemos deixar de inovar, de substituir profissões que estão ultrapassadas por métodos mais eficientes e produtivos, como no caso dos cobradores de ônibus, que não são mais usados em países desenvolvidos, pois, se assim fizéssemos, ainda estaríamos usando máquina de escrever para evitar que o computador acabasse com esse setor. A demissão de cobradores de ônibus geraria apenas um deslocamento temporário para alguma outra função mais necessária. A extinção de profissões ocorreu diversas vezes nas últimas décadas, e não foi por esse motivo que as pessoas ficaram desempregadas. É devido as alterações contínuas nas dinâmicas de trabalho que hoje presenciamos o período de maior desenvolvimento humano da história.
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