A coluna dessa sexta-feira para o Blog do Clube Farroupilha, apresenta uma entrevista com o atual Coordenador Regional Sul da Rede Estudantes pela Liberdade Artur Fernando Wagner Júnior.

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 1. Breve Apresentação pessoal-profissional:

Primeiramente, gostaria de agradecer ao Clube Farroupilha pela oportunidade em estar compartilhando minha experiência dentro do EPL, assim como parabenizá-los pelas recentes atividades realizadas com resultados em curto prazo. Sou advogado, estudante de Geologia, pai de família. Iniciei dentro da Rede no fim de janeiro de 2013, como coordenador Estadual do Paraná, por motivos da vaga no Rio Grande do Sul estar preenchida e fazendo-se necessário um coordenador no Paraná para iniciar as atividades naquele Estado fui convidado pelo Juliano Torres para tal tarefa. Cerca de quatro meses eu encontrei a sucessora Mayara Ribas, para coordenar o Paraná, e pude me candidatar ao II Conselho Executivo, como Coordenador Regional do Sul do Brasil. Comecei a conhecer diversas pessoas do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, praticamente fazendo um trabalho diário, mas quase na totalidade somente dentro de casa, com contatos pela internet (com conversas e reuniões online) e tem sido uma experiência fantástica desde que eu comecei a ter contato com outras pessoas liberais.

2. Qual foi seu primeiro contato com o Liberalismo?  Sempre defendeu as idéias liberais?

Considero-me libertário a pouquíssimo tempo. Durante minha juventude fui presidente de grêmio estudantil e estava muito próximo a pessoas de esquerda dos movimentos estudantis da UJS, mas nunca participei ou aderi à causa deles. Descobri-me liberal fazendo um trabalho conclusão da Faculdade de Direito em 2009. Meu trabalho envolvia liberdade de expressão, e tive contato com meu primeiro ensaio liberal, do John Stuart Mill, que chama “Sobre a liberdade”. Foi então que tive um choque com a realidade quando fazendo uma leitura interpretativa, eu vislumbrei que muito daquilo não estava de acordo com ideias que eu acreditava serem as certas. Percebi que apresentava fatos que eu até então desconhecia e que contradiziam as leituras que eu fazia de livros, sites e blogs de esquerda.  Notei que a liberdade de expressão da esquerda não era a mesma que originalmente os liberais clássicos defendiam, e que estes (Liberais) possuem mais coerência e honestidade nas ideias. Infelizmente durante esse processo estava no fim do meu curso e precisava fazer como ideia inicial, uma defesa esquerdista no meu trabalho, por falta de tempo. Acabou que fiz mais questionamentos que afirmações na conclusão, porque não iria contra os valores que estava descobrindo.

Comecei a participar de grupos no facebook, conheci Juliano Torres, e alguns outros membros do EPL, um ano e meio depois de ter me descoberto liberal. A partir disso comecei a me questionar profissionalmente, pessoalmente e hoje ingressei na área da Geologia a qual me identifico bastante e gosto muito. O liberalismo me deu mais coragem de assumir minhas aspirações, a tomar decisões e a assumir as responsabilidades pelos meus fracassos, o contrário do que eu fazia quando eu era esquerdista, pois achava comum encontrar um culpado pelas minhas falhas.

Ainda na minha juventude, quando eu fazia uma defesa da esquerda brasileira eu acreditava que ela defendia a liberdade, mas não que eu acreditasse no valor das intervenções que ela faz, acreditava que era um processo que libertaria o homem futuramente, como a maioria dos militantes úteis que são mal orientados por aí, Eu mudei minha visão começando a estudar de fato. Se tu fazes esse processo de autoconhecimento de forma honesta, pode até ser psicologicamente sofrido, mas vale a pena. Eu tive problemas familiares, problemas internos quando então comecei a não aceitar certas situações e percebi que podia atribuir meus problemas aos outros. Posso dizer que o liberalismo veio na hora certa na minha vida, principalmente para a paternidade. Quando eu li Ayn Rand, por exemplo, um dos primeiros livros liberais que li, “The Foutainhead”, foi uma bomba, um ‘soco na cara’, as vezes parava parar e refletir se aquilo realmente estava acontecendo… Ela chama as coisas pelo que realmente são.

 3. Conte-nos a sua experiência de vida e aprendizado dentro da Rede Estudantes pela Liberdade. 

O que a rede EPL trouxe pra mim foi ter a coragem de assumir o próprio destino e de ter a consciência de que se queremos ver as coisas feitas devemos tomar frente e fazê-las. Na EPL temos pessoas fantásticas, o próprio Juliano Torres, Mano Ferreira, Pedro Menezes e toda turma do Conselho Executivo, os coordenadores regionais também, como a Gabriela Benício, que foram os primeiros que tive contato, pessoas super pró-ativas. Aprendi a me tornar mais pró-ativo também, desenvolvi habilidades de liderança e motivação com os treinamentos e na prática. Aprendi a assumir idéias e defendê-las. Aprendi a ter coragem e empreender. Mas aprendo todo dia também como vocês aqui, que estão mais próximos.

4. Qual a importância da formação de líderes dentro da Rede Estudantes Pela Liberdade? Qual o papel da liderança na construção e manutenção dos grupos estudantis liberais? 

O papel da liderança é fundamental, temos essa filosofia na EPL e que é defendida por outros autores liberais, de que quem muda o mundo são boas ideias e pessoas.  E pra que essas idéias cheguem às pessoas precisa-se de lideres empreendedores que levem isso, promovam eventos, palestras, no qual as pessoas possam ter a oportunidade de conhecer o liberalismo, e para que possamos ter um processo de transformação cultural na sociedade. Essa é a responsabilidade da Rede e é isso que ela busca nos lideres uma posição de engajamento, identificar pessoas que sejam motivadas pessoas entusiasmadas para defender a cultura da liberdade. Pessoas dispostas a fazer um trabalho de longo prazo, e graças à percepção dos líderes de fazer um trabalho pensando no futuro e que esse trabalho se perpetue. Tomamos como exemplo o Clube Farroupilha, que daqui uns anos vocês vão se formar e o trabalho de vocês deve se perpetuar ter uma continuidade. A integração dos membros é fundamental, e por mais que defendemos a individualidade, de escolha individual, não defendemos a isolação e o trabalho de cada um é fundamental. A união é fundamental, mas deve haver sempre uma autocrítica e não uma única opinião.

5. Você acredita que a atuação dos líderes do EPL através das redes sociais, vai aumentar o interesse dos jovens pelo liberalismo? 

Sem duvida nenhuma as redes sociais são ferramentas fundamentais de propagação das idéias liberais e recrutamento hoje. Os jovens líderes devem estar cientes que as idéias defendidas nas redes serão relacionadas à instituição de alguma forma. É importante que os lideres ajam com responsabilidade e empreendedorismo na difusão da cultura liberal.

6. Nos debates como devemos no portar e defender as nossas idéias?

Dependendo de quem for o interlocutor, ele vai sentir como se tu estivesse atacando a liberdade dele, se colocar uma ideia de forma mais arrojada, se intimidá-lo, ainda que expor um ponto de vista não seja algo ofensivo, na nossa concepção. É sempre interessante a reflexão do que dizemos antes de expressar, não estamos em uma guerra de trincheiras, estamos numa guerra de venda de idéias, e os que estão fora são clientes a serem bem tratados na promoção do nosso negócio social. Se tu numa discussão pessoaliza e atinge uma pessoa, ela cria uma antipatia por ti e pelo grupo como um todo. Os líderes falam pela instituição, por tanto devemos ser firmes e radicais sim, mas com respeito e sempre atento de que estamos oferecendo uma alternativa cultural ao estatismo e de que, com exceção dos fanáticos e dos mal-intencionados, poucos daqueles que estão com nossa concorrência merecem um Bullyng.

7. Uma mensagem aos membros do Clube Farroupilha e aos leitores do Blog:

“A questão não é quem vai me permitir. A questão é quem vai me impedir!”, um trecho bem difundido da Ayn Rand, que gosto muito. Ou seja, não criem obstáculos dentro da cabeça de vocês. Tiveram uma ideia, façam, coloquem em prática e vamos ver como as abóboras se ajeitam no andar da carroça.

Agradecemos ao Artur pela grandiosa colaboração com a coluna de hoje. E sem dúvidas nos sentimos honrados pela participação.

Débora Góis é acadêmica de Economia na Universidade Federal de Santa Maria, e escreve todos as segundas para o site do Clube Farroupilha.

As informações, alegações e opiniões emitidas no site do Clube Farroupilha vinculam-se tão somente a seus autores.

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