POR QUE CLUBE FARROUPILHA?

A Revolução Farroupilha pode ser considerada como o primeiro movimento em direção ao espectro liberal na história do Rio Grande do Sul. Não só porque foi conduzida pelos membros do Partido Liberal da época, mas – mais importante – porque através dela se vislumbra uma série de elementos e valores que vão em encontro com o defendido pela filosofia do liberalismo na data em questão.

Dentre as mais diversas controvérsias sobre o caráter da mesma, a Revolução Farroupilha é aceita sem discórdia como um movimento que demandou descentralização do poder, limitação governamental sobre questões comerciais, redução de impostos, liberdade de religião (bem limitada, mas liberal para a época), abolição da escravatura (entre alguns membros, e dentro de algum período), entre outros aspectos.

Não se pode dizer que a mesma não foi um movimento de caráter liberal. Empiricamente, pode-se demonstrar essa conclusão através de uma análise do projeto da Constituição Farroupilha, datada de 1843. Nela nota-se uma das bases do pensamento liberal clássico, através de John Locke e a corrente dos direitos naturais, calcados no tripé vida, liberdade e propriedade. Tal entendimento sobre o dever do Estado é refletido até hoje na corrente deontológica liberal-libertária, personificada em Ayn Rand.

Ademais, denotamos ali figuras que são defendidas pelos liberais até hoje, como a competência de jurados para questões litigiosas factuais, e de juízes para questões judiciais de direito. Obviamente, a Constituição Farroupilha deve ser criticada por não ter previsto outra bandeira que os liberais do mundo defenderam expressamente à época: a abolição da escravatura. Contudo, através de uma análise do contexto histórico e social do momento em questão, não se pode deixar de afirmar que a Revolução Farroupilha foi, de fato, um passo a favor da filosofia da liberdade.

E é por essa razão, que  nós do Clube Farroupilha, escolhemos homenagear esses homens.