A campanha “A Amazônia é nossa” encabeçada por ambientalistas, “intelectuais”, artistas e outros setores que não entendem patavinas sobre economia e se deixam levar pelo terror psicológico que demoniza as privatizações vêm tomando as redes sociais na última semana devido à liberação da exploração de minérios por empresas privadas na região da Amazônia, concedido pelo governo recentemente.
O lema “A Amazônia é nossa” tenta passar o sentimento nacionalista de que a região pertence à todos. Se pertence a todos, logo, não pertence a ninguém. Não encontra-se nesta frase, verdadeiramente, o sentimento de propriedade que traz consigo a responsabilidade necessária para manter a posse sobre qualquer coisa. Quantos dos mais de duzentos milhões de brasileiros “proprietários” da Amazônia de fato carregam a responsabilidade e o conhecimento necessário para administrá-la, preservá-la e, portanto, mantê-la? E qual o incentivo para tal?
Da mesma forma, o mesmo lema carrega, nas entrelinhas, a ideia de que a venda de algo para a iniciativa privada gera exploração descontrolada por conta da sede cega por lucro – incapaz de planejar e preservar – e, consequentemente, destruição.
Privatização, nada mais é, do que conceder o direito de propriedade de determinado bem a um ente privado: Seja ele um indivíduo, um grupo de indivíduos ou uma empresa. Com ele, é concedido também a responsabilidade pelo mesmo. Em outras palavras: o bem é seu e se você quiser usufruir dele, terá de cuidá-lo.
Prova disso é que 174 milhões de hectares de mata preservada no Brasil estão justamente em áreas rurais privadas. Inclusive, de acordo com a Embrapa, os agricultores preservam mais do que a lei exige em todos os estados.
O lucro, tão demonizado pelos ativistas de plantão, é exatamente o que gera o incentivo para que as áreas ambientais sejam preservadas e, até mesmo, expandidas. Um dos exemplos é o caso do Zimbábue, na África, que em 1989 encontrava-se em meio a uma situação crítica: A caça desenfreada de elefantes. A solução do país foi a privatização das áreas selvagens. A gestão foi entregue às comunidades ali presentes que criaram cotas sustentáveis para a caça.
Quem quisesse praticar a caça, deveria pagar caro por isso. Desta maneira, a atividade saiu da ilegalidade – o que garante o controle e planejamento da mesma – além de gerar receita para as comunidades responsáveis que, com a intenção de manter seus lucros advindos da atividade, se dedicaram a preservar a espécie. Afinal de contas, se todos os elefantes fossem extintos, a atividade acabaria e com ela o seu retorno financeiro.
O Zimbábue, que encontrou uma forma de explorar a atividade de maneira legal e responsável através da privatização apresentou um crescimento de 50% no número de elefantes. Enquanto isso, outros países como o Quênia, que manteve a gestão das áreas selvagens nas mãos do Estado e tentou banir a caça através da legislação – como ocorre no Brasil com as reservas de minério – apresentou um declínio de cerca de 70% no número de elefantes.
De forma simples: O investimento na Amazônia gera um dispêndio financeiro alto para as empresas. Por isso, para que a despesa seja compensada, as áreas deverão ser preservadas para que gerem lucro continuamente.
Quem ama, pode cuidar. Mas quem investe é obrigado a cuidar.
*O gráfico pode ser encontrado no livro Privatize Já, de Rodrigo Constantino.