*Por Gabriel Larré da Silveira
No Brasil, por algum motivo, o desejo de se entregar todo país aos Ph.D.s enraizou-se tão fortemente entre as novas gerações que qualquer indivíduo excluído do “bom academicismo” parece ser digno de pena e, para que tenha a chance de sobreviver, de uma boa dose de compaixão.
“Valerá a pena contestar tamanho besteirol?” já se perguntava Olavo de Carvalho há muito tempo – e obviamente, de minha parte, a resposta para tal questão é afirmativa.
Creio que com um pouco de atenção nossos promissores acadêmicos podem mudar toda sua perspectiva, adotando uma postura mais tolerante que em apenas um instante desconsideraria o tipo de posição vergonhosa que domina o país.
Uma pesquisa rápida e atenta pode revelar que aquilo de mais nobre que o país produziu, bem como o que de mais relevante para o mundo proporcionamos, certamente não é fruto de academicismo algum – e se teve algum tipo de relação com esse meio, já foi suprimido, há muito tempo, pelo holocausto acadêmico.
De Mario Ferreira dos Santos à Carpeaux (apesar de não ser brasileiro de nascença), de Machado de Assis à Merquior e, atualmente, de Olavo de Carvalho à Rodrigo Gurgel, provas vivas (ou mortas) do sucesso “não acadêmico”, observamos à extinção, conduzida pelo típico universitário pós-moderno, daquilo que de mais nobre produzimos.
O “bom academicismo”, depois de obter sucesso ao fixar seu tribunal de inquisição no país, parece ser o novo determinismo preferido dos Brasileiros, logo após, é claro, o racismo (determinismo de raça), a psicanálise (determinismo de “ambiente”) e, obviamente, o Marxismo (determinismo de classe).
Lanço aqui a promissora campanha “Todo Poder aos Federetis” para que os grandes acadêmicos do país, crentes de que “não há vida fora da universidade brasileira”, possam sair do armário.
É preferível, em uma realidade como essa, possuir o honroso título de “mente pequena”, bem como uma boa dose de compaixão. Questão de perspectiva, coisas da vida.
Autor: Gabriel Larré
Comments are closed.
2 Comments
Felipe Rosa
Grande texto Larré… dos melhores por aqui!
Eduardo Magrone
Um texto digno da extração de um Olavo de Carvalho, ou seja, uma coletânea de pretensas obviedades, compartilhada por um grupo de nefelibatas que imaginam estar arranhando o mundo acadêmico com suas invectivas caiporas. É muito desplante colocar Carpeaux, Machado de Assis (Caramba, Machado de Assis!!!) e Merquior ao lado de um escriba de paroquia como Olavo de Carvalho. Parece piada…