*Por Gabriel Larré da Silveira
O dia 14 junho de 2014 foi lembrado pelo 83º aniversário de Ernesto Guevara de la Serna, o cara de olhar sublime que aparece nas famosas “camisetas vermelhas” de boa parte dos universitários do país. “Che”, como era conhecido, além de guerrilheiro e político, como nossa querida presidente, tornou-se um mito que revela que muita gente no país não sabe exatamente o que está fazendo com a própria vida.
Não é preciso ler “O Verdadeiro Che”, livro do Humberto Fontova – publicado, obviamente, pela É Realizações – tampouco “El Canalla”, do escritor argentino Nicolás Márquez, para saber que Ernesto, além de assassino, era também um homem que não entendia, como grande parte dos gestores socialistas, patavinas de economia.
Livros populares como “Esquerda Caviar” e “Guia Politicamente Incorreto da História da América Latina” já alertavam, tardiamente, para o apoio consciente que nossos progressistas dão a um genocida que, por ignorância, tornou-se um homem tão admirado. A verdadeira história de Che Guevara, que, apesar dos pesares, não é acompanhada de “heroísmo” algum, pode ser facilmente resumida naquele famoso discurso ocorrido na sede da ONU, em 1964, em que ele defende bravamente a arte de fuzilar [1]. Poético!
Ernesto Guevara, com seu estilo inconfundível de revolucionário cubano, cultivou ao longo dos anos dois hábitos que deixam qualquer liberal maluco. O primeiro deles era emitir papel-moeda igual a um louco quando era o, quem diria!, presidente do Banco Nacional. E o segundo, claro, era defender a “pedagogia do revolucionário” ao matar pessoas no temível “paredón”.
Nosso herói é uma figura enigmática (só na foto). Com roupas de guerrilheiro, botas e boina preta, o “compulsivo fumador de charutos”, como diria Roberto Campos, virou um ícone que atesta aquilo que eu chamo de “seletivismo ditatorial”. Ou seja, a arte de legitimar ditaduras que são “por um mundo melhor” (a lista é grande, caro leitor).
Che, mais do que um símbolo de revolução e resistência, tornou-se uma evidência de contradição que foi maquiada ao longo dos anos por uma propaganda covarde e tendenciosa. O culto ao genocida e racista Ernesto Guevara evidencia perfeitamente a “moral elástica progressista”, que prega que aos homens da revolução tudo é permitido quando se busca “um mundo melhor”. Sinceramente, nunca tive vocação pra ser um cristão fanático. Mas é como dizem, “perdoai-vos, senhor, eles não sabem o que fazem”. Amém!
Obs.: pesquisas revelam que a classe que mais possui camisetas do herói argentino no armário é a dos membros dos DCEs do Brasil. Que surpresa! Avante!
[1] https://www.youtube.com/watch?v=LAFB_ld_fVs
Autor: Gabriel Larré
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1 Comment
Carlos Sanchez
Ainda fazem esses textos contra o Che Guevara? É tão útil quanto dissertar sobre o príncipe celestial Augusto Pinochet. Paredón não é exclusividade de ninguém. Ditaduras por mundo melhor também não.
Essa figura histórica nunca foi símbolo por ser um grande economista, uma unanimidade sobre ações humanitárias, mas sim um exemplo de coragem e determinação na luta contra (o que ele identificava como) opressores.
O comentário sobre o aspecto racista (eu acrescento o homofóbico) das condutas de Che são até engraçadas vindo de um site que propaga conteúdo conservador. Os “liberais” (apenas na economia) cometem hoje os erros que setores da esquerda cometia nos anos 50.
Por fim, citar “Guia Politicamente Incorreto da História da América Latina” é osso. Todos conhecemos as contradições dessa figura, mas é preciso averiguar melhor a literatura pra fazer a publicação valer a pena. O único fato que foge do habitual nos botecos virtuais por aí, neste post, não é referenciado (aliás, buscar referências confiáveis para as afirmações é uma sugestão, é importante para evitar tornar-se um Olavo ou Constantino) é a impressão de papel moeda em larga escala.