O Feminismo pode ser dividido em três tipos:

O Feminismo Radical, que está em alta nos dias de hoje, é o movimento de luta feminina que segue a teoria da desconstrução sob a perspectiva de Foucalt. Suas ativistas alegam que as diferenças sexuais no que diz respeito ao comportamento são fruto unicamente de construções sociais, e não raro pregam a segregação entre mulheres e homens, sendo estes últimos culpados por todos os males da sociedade. O Feminismo Radical prega que a “igualdade” entre gêneros só pode ser alcançada a partir de leis específicas que garantam às mulheres proteção e privilégios, para compensá-las pelas injustiças que sofreram e ainda sofrem devido ao seu gênero.

Alguns exemplos de feministas radicais são a advogada Catherine MacKinnon, a filósofa Mary Daly e a escritora Andrea Dworkin.

Mais próximo do Liberalismo Clássico, o Feminismo Liberal atua sobre a sociedade para integrar a mulher à sua estrutura e calca sua ação sobre a teoria do contrato social do governo instituído pela Revolução Americana. As feministas liberais costumam se opor à censura, que pode ser usada como meio de calar as mulheres e definem a igualdade não apenas como tratamento indistinto pela lei mas também como equivalência de poder sócio-econômico entre homens e mulheres e, desta forma, não descartam a interferência estatal, ainda que pequena, para alcançar este objetivo. Exemplos de feministas liberais são Betty Friedan, a dita mãe do feminismo moderno e co-fundadora da National Organization for Women, a escritora Naomi Wolf e a jornalista Susan Faludi.

E, finalmente, o Feminismo Individualista, que teve seu início por volta de 1830, juntamente com movimentos abolicionistas, movido pela ideia de que todos, simplesmente por serem seres humanos, tem o direito inalienável a liberdade e aos frutos do seu trabalho. Isso incluía, portanto, mulheres, que se viam em uma situação de desigualdade na época e começaram a lutar por seus direitos como indivíduos livres que eram ou achavam que deveriam ser. A partir disto, o feminismo individualista define igualdade como tratamento igual perante as leis, advogando, inclusive, pela remoção das palavras “homem” e “mulher” da redação destas, promovendo reformas (diferente de revoluções – defendidas pelas feministas radicais) que permitem a participação da mulher na vida pública de maneira mais igualitária. O Feminismo Individualista se opõe ao paternalismo do Estado e afirma que as mulheres, por serem seres pensantes e morais assim como os homens, devem ser responsabilizadas pelos seus próprios atos e crê que o que determina a classe de um indivíduo é a sua relação com o Estado e não o seu gênero.

Também chamado de Feminismo Libertário, essa corrente do Feminismo incentiva as mulheres a assumir total controle sobre a sua própria vida e se opõe a qualquer interferência estatal sobre as escolhas individuais de pessoas adultas, pois acredita que esse tipo de interferência gera uma hierarquia coercitiva. Por isso, rejeita mecanismos que limitem quaisquer liberdades individuais, como a proibição da prostituição ou pornografia (acredita que a mulher deve ser livre para escolher o que fazer com seu próprio corpo), políticas de cotas de gênero e outras ações afirmativas (é contra quaisquer privilégios de um gênero sobre outro).

Uma de suas principais expoentes é a anarcocapitalista Wendy McElroy, que identifica o movimento como um movimento de combate a distinções sexuais constitucionalizadas que impeçam os indivíduos, baseado em seu gênero, a realização de seus atos e vontades individuais. E ainda acrescenta que o poder de um indivíduo sobre si e sobre suas ações só deve ser limitado pelo direito de outrem à segurança e à justiça.
Portanto, o Feminismo Individualista, apesar da confusão que o nome pode gerar, acaba por ser o feminismo mais igualitário, pois iguala a posição da mulher, como ser humano racional e moral, à posição do homem. Vê os privilégios estatais como um sinal de impotência da mulher, que é capaz de perseguir e alcançar seus objetivos assim como qualquer homem, desde que suas liberdades individuais não estejam cerceadas pelo simples fato de serem mulheres. Logo, as feministas individualistas não acreditam que para que a igualdade entre os gêneros seja alcançada, sejam necessárias leis que privilegiem o gênero oprimido e sim através da educação, ou seja, que a cultura de que mulheres são inferiores e precisam seguir determinados padrões sejam superadas pela ideia de que qualquer ser humano tem o direito fundamental a liberdade para agir, vestir-se, trabalhar e se expressar da maneira que julgar melhor, desde que não prejudique os direitos de outrem.


Carolina Rothmann é Estudante de Economia na UFSM e Coordenadora Local do EPL

As informações, alegações e opiniões emitidas no site do Clube Farroupilha vinculam-se tão somente a seus autores.

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