Quando os sistemas previdenciários surgiram, estes supostamente foram criados com o objetivo de proteger os cidadãos da velhice e também da perda de capacidade laboral. Seria como se você fizesse um depósito que seria, no futuro, retornado ao indivíduo através de pagamentos futuros na sua velhice ou em épocas de necessidades. Eu usei o termo “supostamente” acima justamente porque essa foi só a alegação inicial dos governos para os criarem, como se estivessem dizendo aos indivíduos: “olha aqui meu amigo, você é um incapaz e não terá condições de fazer poupança, então, vamos cobrar uma taxa de você e depois garantimos o seu pagamento”.

 

      Não sei se alguém acreditou nessas mentiras, até mesmo porque a mensuração disso é difícil, afinal, somos obrigados a seguir o que os políticos nos impõe, com risco de acabarmos atrás da grades caso não o façamos. Hoje, ao menos, já é bastante evidente que a previdência social só foi criada porque o governo precisava encontrar algum modo para alavancar seus financiamentos sem instituir o aumento de alíquotas ou um novo tipo de imposto.

 

      E o pior: um imposto que ainda promete, na sua origem, um benefício futuro, sem ter a mínima certeza da capacidade desse pagamento. Os agentes do Estado que criaram as previdências públicas sabiam que esse esquema de pirâmide dependia em muito da taxa de crescimento populacional, a fim de conseguir realizar futuramente o fluxo de pagamentos, equalizando-o ao de recebimentos. Mas como vimos nas últimas décadas, no Ocidente a taxa de crescimento populacional vem caindo e chegando perto da taxa de reposição populacional em muitos países, o que torna esse esquema Ponzi insustentável e destinado a falência. As mentes que o fundaram sabiam que não estariam aqui na hora do pagamento da conta e que teriam algumas décadas para queimar o dinheiro dos contribuintes.

 

      Mesmo nos regimes de capitalização, os recursos – a fim de que sejam garantidos – são majoritariamente investidos em títulos ditos risk free, ou seja, títulos do governo. Nesse caso, um fundo da previdência gerido pelo governo emite em títulos também emitidos pelo próprio governo. Qual será o poder de fiscalização e de análise de crédito no gerenciamento do fundo? Há alguma dúvida de que os gestores privilegiaram o lado do Estado, que no fim é o seu contratante, ao invés do lado dos que pagam a contribuição à previdência?

 

      As gerações presentes e futuras irão conviver com a aceleração na necessidade das reformas previdenciárias, já que teremos cada vez menos jovens para pagar os benefícios de um número maior de aposentados (e que viverão por mais tempo). Essas gerações pagarão a conta dessa obra e carregarão nas costas esse sistema nefasto, que por todos os motivos listados acima deve ser encerrado o mais rapidamente possível. A previdência social de previdência tem muito pouco ou nada. Ela é apenas um esquema fraudulento criado para aumentar a receita do governo sem aumentar a indisposição deste com a população – ele é, para o indivíduo, como investir em fundo de Bernie Maddoff, mas dessa vez com um cano de fuzil obrigando toda e qualquer pessoa produtiva.

 

Autor: Artur Marion Ceolin, 27, administrador, atua como investidor no mercado de capitais brasileiro.

 

 

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