Nikola Tesla, nascido em 10 de julho de 1856 onde hoje encontra-se a Croácia, foi um dos maiores empreendedores que o mundo já viu. Estudou Engenharia Elétrica na Áustria e em 1881 iniciou sua carreira profissional em uma companhia telefônica em Budapeste. Logo após começar os estudos sobre campos magnéticos, em 1882, começou a trabalhar na Companhia Continental Edison em Paris, onde obteve destaque e foi convidado a mudar-se para Nova Iorque para atuar ao lado do presidente da companhia: Thomas Edison.

Edison, assim como Tesla, também tem seu nome gravado na lista dos grandes inventores da história, tendo mais de 2000 patentes em seu nome. Na época do encontro das duas personalidades, Edison já era um grande empresário e dominava o mercado americano comercializando principalmente a lâmpada incandescente, um marco tecnológico da época.

Toda a tecnologia e produtos encabeçados por Edison era baseado na Corrente Continua, que podemos obter através de uma pilha, usando um rápido exemplo. Tesla, por outro lado, dedicou boa parte de seus estudos ao eletromagnetismo e, consequentemente, a corrente alternada, como o que temos nas tomadas residenciais hoje em dia, por exemplo. Aqui, então, começa aquilo que foi batizado por Guerra das Correntes.

Após o rompimento com Edison, Tesla consegue apoio de empresários e se une George Westinghouse, já rival de mercado de Edison, onde cria ferramentas que tornavam possível uma transmissão de energia em corrente alterada por longas distâncias, porém que poderia ser algo ameaçador a vida humana caso mal executado. Edison, com todo apoio financeiro possível, faz imensa campanha contra a ideia de Tesla e por sua vez defende a alimentação das cidades por corrente contínua, seria menos favorável economicamente, entretanto com um menor risco.

Empresários e consumidores aos poucos aprovavam as ferramentas criadas por Tesla fazendo-o grande vencedor da batalha contra o poderoso Thomas Edison, que não parou e contribuiu para avanços em outras áreas.

Tesla, para salvar a empresa de Westinghouse que passava por uma crise momentânea, abriu mão das patentes e do contrato que certamente lhe daria fortuna e fama. Gesto generoso que lhe custou caro. Um homem talentoso e a frente de seu tempo, com atitudes singulares que por vezes o rotulavam como louco, morreu em 7 de janeiro de 1943, solitário em um hotel em Nova York.

Após essa introdução histórica sobre um dos acontecimentos mais importantes da humanidade, podemos observar alguns pontos importantes: empreendedorismo/inovação, concorrência de mercado e a inexpressiva intervenção estatal.

A criatividade/empreendedorismo são características intrínsecas aos seres humanos. Dotados de saber, a busca por melhorias de vida e solução de problemas nos acompanha desde que se tem notícias, criando artefatos para caças, pescas, armadilhas e técnicas de sobrevivência.

John Stuart Mill nos diz que o nível intelectual de uma sociedade é proporcional ao número de indivíduos que ousam ser excêntricos, que buscam a inovação como fonte de energia, quebrando modelos preestabelecidos em busca de aperfeiçoamentos. Portanto, quanto maior a liberdade individual e menor intervenção externa nesse processo mais a humanidade ganha e caminha para um futuro melhor. Como estaríamos hoje caso o estado intervisse nessa concorrência e escolhesse a Corrente Contínua como forma de alimentar as cidades? Como seria se o estado deixasse existir uma concorrência entre o Uber, Taxis e demais organizações de transporte privado?

A escolha pelos vencedores do mercado obrigatoriamente deve ser atribuída aos consumidores e não aos burocratas engravatados.

“O maior perigo de nossos tempos é que tão poucos ousam ser excêntricos.” – John Stuart Mill

 

Autor: Régis Artur Bosa Violli, estudante de Engenharia Elétrica na Universidade Federal de Santa Maria e Coordenador de Comunicação do Clube Farroupilha.

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