O consagrado ator Wagner Moura, conhecido pelos filmes Tropa de Elite e também pela série Narcos, estreou recentemente na função de diretor com o filme Marighella, uma produção cinematográfica que tem como objetivo ser uma cinebiografia do famoso guerrilheiro brasileiro, autor do “Minimanual do Guerrilheiro Urbano”, obra que inspirou muitas das ações de combate ao regime militar brasileiro. Entretanto, o que deveria ser a biografia de um indivíduo, mostra-se um verdadeiro filme de ficção. Pretensioso, o diretor tenta recontar, ao seu modo, a vida dessa figura conhecida e polêmica, morta pelos agentes da repressão nos anos 60.
Obra polêmica, talvez realizada nesses moldes justamente para chamar a atenção do público, ela utiliza um ator negro, Seu Jorge, para a representação de um personagem branco, Carlos Marighella, numa evidente tentativa de aproximar a história do racismo das polícias do Brasil com a história do guerrilheiro, como se ambas as perseguições se dessem pelo mesmo motivo, ou seja, a história de luta de Marighella seria a mesma de todos os marginalizados pela sociedade brasileira que são perseguidos por métodos muitas vezes antiquados da polícia.
Entretanto, não poderia haver maior mentira que essa. Fazer essa confusão entre esses dois cenários bastante distintos mostra somente a leviandade e o fervor ideológico do diretor e dos roteiristas da obra. Marighella era um militante leninista e, como tal, nunca lutou pela democracia no Brasil ou pela liberdade de indivíduos marginalizados – pelo contrário, pretendia aqui instalar o mesmo regime que levou milhares de cubanos, soviéticos, chineses e etc. a um regime de sofrimento e subserviência à burocracia partidária que controlava toda a economia destes países. Ele foi mais um guerrilheiro que na sua saga em busca de poder e domínio realizou crimes e formou uma organização criminosa ideologizada.
Não que a polícia durante o regime militar também fosse plenamente patriótica e composta apenas por defensores da liberdade do povo, longe disso, como a história já nos prova. Entretanto, há uma diferença muito grande no que se refere aos métodos e objetivos das perseguições desses grupos e à perseguição de Marighella, que era tudo menos um cidadão pacato que queria somente viver a sua vida enquanto as garras repressoras do Estado o oprimiam, como ocorre com as populações marginalizadas no Brasil.
Talvez como obra cinematográfica o filme tenha algum valor, pela sua estética ou produção. Entretanto, em termos históricos, não passa de uma releitura de péssimo gosto recheada de inconsistências e de distorções que a tornam apenas mais uma obra panfletária e picareta a ser jogada na lata de lixo.
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